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Igreja de São
Francisco de Assis (1766 – 1810), Ouro Preto, MG.
Ela foi projetada e ornamentada por Antônio Francisco Lisboa, mais
conhecido como Aleijadinho (passou
vinte e nove anos trabalhando nessa arquitetura)
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CONTEXTO
HISTÓRICO
O estilo barroco desenvolveu-se plenamente no Brasil durante o século
XVIII, perdurando ainda no inicio do século XIX. No
Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de
disseminação do cristianismo católico no interior da colônia. Na maioria das
vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens
religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país. Chegando ao Brasil,
as construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista
formada por alfaiates, ambulantes, funcionários públicos, indígenas, escravos e
vadios. Essa população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o
sentido dos valores religiosos afirmados pela catequese com a imponência de
imagens ricas em que a complexa ornamentação pretendia reafirmar o caráter
sagrado dos santos e templos religiosos.
Características
gerais
· De forma
geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão,
barro cozido e madeira policromada ou dourada.
·
Além disso,
existiu uma visível preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo
dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções
de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar atenção dos
apreciadores.
· Além das mesmas características do europeu, incorporam-se ao
barroco brasileiro elementos das culturas indígena e africana.
· Em síntese,
o barroco tentou exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a
sofisticação da arte renascentista.
ARQUITETURA
Profundamente ligado à religião católica, o Barroco brasileiro está
presente, até hoje, em inúmeras igrejas construídas por todo o país. Contrastando com a
riqueza interior das igrejas temos a simplicidade das fachadas externas. A
arquitetura barroca também aparece nas fazendas, sítios, chácaras, engenhos,
prédios públicos e chafarizes (construções que fornecem água à
população ou servem de ornamentos; fontes).
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Adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos,
com os doze profetas de Aleijadinho
Igreja de São Francisco, Salvador,
BA
Conhecida como "Igreja de Ouro", com o
interior recoberto de folhas de ouro puro, a Igreja de São Francisco é
considerada o mais belo exemplar do barroco brasileiro. A lenda versa que seus
construtores utilizaram mil quilos de ouro em pó. A construção, concluída na primeira
metade do século XVIII, guarda belos exemplares de arte que não podem deixar de
serem apreciadas, como o painel de azulejos portugueses, as pinturas e
esculturas nas paredes, colunas, teto e altares.
ESCULTURA
A escultura complementava a
arquitetura barroca. As talhas – ornamentos esculpidos em
madeira, mármore ou pedra – são muito presentes nas igrejas barrocas
brasileiras. Aparecem em altares, arcos, tetos e janelas, recobrindo
praticamente todo o interior da construção.
ANTÔNIO
FRANCISCO LISBOA
(Aleijadinho)
O principal
representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Aleijadinho (1738 – 1814). Suas
obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os
principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil.
Escultura de Aleijadinho
Detalhe
do Cristo carregando a cruz na via sacra de Congonhas, Minas Gerais.
PINTURA
A
pintura reflete bem o ideal do Barroco. Feita principalmente nos tetos, tinham
tamanha profundidade, que ao levantar o olhar, o espectador sentia-se no céu;
em proximidade com o Divino; sentia-se acolhido.
Principais
características
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Uso
do vermelho, azul, dourado e branco,
·
Além
de uma característica europeia, o chiaroscuro(claro-escuro).
Obs: Havia também a pintura de azulejos, em boa parte
importada de Portugal, que descreviam cenas narradas na Bíblia (o que era
também uma forma de catequizar).
Detalhe
da pintura do teto da igreja de São Francisco de Assis, feita por Mestre Ataíde. Ouro preto, Minas
Gerais.
Ao falar de pintura Barroca, não podemos deixar
de citar o grande Mestre Ataíde
(1762 – 1830), que pintou várias Igrejas de Minas Gerais e tinha um estilo
próprio. Usava cores vivas e deixou sua marca no Barroco Mineiro ao usar em
suas composições a sua cor preferida, o azul.
O teto ao
lado é sem duvida, a obra-prima de Mestre Ataíde. Ele cria uma
perspectiva em que as colunas parecem avançar para o alto sugerindo que o teto
se abre para o céu. Nele está Maria, com traços bem
brasileiros, cercada de anjos. Os tons vermelhos dão à cena alegria e
vivacidade.
Conclusão: O Barroco foi
introduzido no Brasil no início do séc. XVII (e consolidado plenamente no séc.
XVIII) pelos jesuítas, que trouxeram o estilo como instrumento de doutrinação
cristã. Os mestres maiores da arte sacra foram Aleijadinho e Mestre Ataíde,
cujas obras são consideradas as mais belas do país.
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